14/03/2016 - A Polícia Civil concluiu e remeteu a Justiça o inquérito das investigações do assassinato da empresária Sônia Hussein Khlaed, que aconteceu em São Borja no dia 6 de novembro do ano passado. Os suspeitos de serem os autores do crime foram presos novamente. Nesta sexta-feira (11) os delegados que coordenaram as investigações, Charles Dias do Nascimento e Elisandra Matoso Batista, concederam uma entrevista coletiva, onde repassaram as principais informações sobre o inquérito. No princípio, às investigações iniciaram com a suspeita de latrocínio. O marido da vítima, Hussein Kasem Khaled, informou no dia do crime que ele e a esposa haviam sofrido um assalto e que ela teria sido sequestrada. Na mesma noite, Sônia foi encontrada morta.Entenda o caso Sônia Khaled Através dos levantamentos iniciais, o delegado Marcos Ramos Viana, que atendeu inicialmente a ocorrência, encontrou indícios que colocaram em suspeita as declarações de Khaled. Foi então que o delegado Charles Dias do Nascimento começou aprofundar as investigações, buscando elucidar os fatos. Alguns dias após o inicio das investigações foi preso em Itaqui, Tiago Vargas Motta, suspeito de outros crimes, em ação coordenada pela delegada Elisandra Matoso Batista. A partir desta prisão é que os fatos começaram a ser elucidados pela Polícia Civil. No dia 11 de novembro Hussein Kasem Khaled e outras seis pessoas foram presas temporariamente. Em 09 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou a liberdade dos suspeitos, após julgamento de um pedido de habeas corpus. Ainda assim, as investigações continuaram sendo realizadas. Após mais alguns meses de investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito, reforçando que o marido foi o mentor do assassinato de Sônia Hussein Khlaed. Um novo pedido de prisão preventiva foi solicitado, desta vez, reforçado pelo Ministério Público.Na manhã da última quinta-feira (10) os suspeitos foram novamente presos. A operação começou com a prisão de Hussein Kasem Khaled na cidade de Chuí, que faz fronteira com o Uruguai, por agentes da Delegacia de Polícia de Rio Grande. Como estratégia, a Polícia Civil realizou primeiro a prisão de Khaled, para depois cumprir os mandados na região. Assim, foi evitado que ele recebe informações sobre as prisões e fugisse para outro país. O delegado Charles Dias do Nascimento disse que “existiam forte indícios que ele poderia fugir para a Palestina”. Na sequência foram cumpridos os mandados de prisão preventiva de Valdemir Trindade Rodrigues, Maurício Mariano, Jean Aldemar Ávila Weber e Tiago Vargas Motta. José Carlos Neves Moreira se apresentou a Justiça no final da tarde de quinta-feira e Brunno Silveira Aires, conhecido como “Bruno Alemão”, continua foragido.Leia mais notícias de São Borja Nascimento afirmou que às investigações apontaram que o assassinato foi motivado por disputa de bens. Ele disse ainda que todos os envolvidos participaram “antes, durante e depois do crime”. Khaled contratou todos os suspeitos e um deles foi o responsável por “captar os outros envolvidos, isso está incluído no processo, mas não podemos citar quem é agora”, de acordo com o delegado, devido o sigilo de justiça. Nascimento informou ainda que uma delação premiada foi realizada, o que acabou reforçando os fatos já investigados pela Polícia Civil. Hussein Kasem Khaled será transferido para o Presídio Estadual de São Borja nos próximos dias.
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